Nem meu nome pronunciaste
Sumi na fumaça do cigarro em tua boca
sob a neblina vi fugir teu corpo
Teu beijo em branco e preto.
Negaste-me teu afeto, o peito
morri noites a fio e só você não viu
Tal como a fumaça do teu café vai embora,
Levando o cheiro gostoso da manhã
Meu amor por ti também anda evaporando
E ele já não me esquenta mais
Por vezes eu o inspiro, pra ver se meu sangue absorve
E, assim, parar de volta no coração
Essa estação fria que tu deixaste em mim,
Um entremeio de inverno rigoroso e outono brando
Essa solidão que tu me deixaste
Falta eu nela
Porque eu não estou aqui nem aí
Perdi-me no meio do caminho
A fumaça do teu cigarro tapou minha visão
O aroma do teu café privou-me do olfato
E este frio tremendo me tirou o tato
Mas ainda sinto-o aqui,
como se deitasse cansado ao alvorecer do dia o meu lado
e com um ultimo suspiro
sinto queimar a mesma chama de antes
porém, agora fere
Você é como uma faca
sobre minha carne crua
você é a ferida aberta, escancarada
a tradução mais cruel que o amor possa ter
Prazer maldito!
Lembrar-te faz lembrar-me de mim
dos poemas, das brigas, do teu jeito de ir e voltar
como se soubesse que eu sempre fui sua
A luz da rua desenha teu rosto no invisível
Se você soubesse o quanto ainda sinto
jamais diria adeus
Se eu soubesse como dizer
esconderia de nós o segredo
Lembrar-te faz lembrar-me de mim
dos poemas, das brigas, do teu jeito de ir e voltar
como se soubesse que eu sempre fui sua
A luz da rua desenha teu rosto no invisível
Se você soubesse o quanto ainda sinto
jamais diria adeus
Se eu soubesse como dizer
esconderia de nós o segredo
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